As primeiras gotas de chuva
Em algum lugar entre o céu e o paraíso,
Percorro alguns instantes de delírios,
Não do vinho, nem do absinto,
Delírios de quem sonha,
De quem foi
De quem ainda é
E será...
Percorro os meandros do tempo,
Ainda surpreso com as primeiras gotas de chuva,
E vejo minha imagem,
Fazendo o que eu não faria hoje,
Dizendo o que não diria hoje,
Cometendo os pecados que não
Cometeria hoje...
E amando quem eu não amaria hoje...
E me perco dentro de mim mesmo,
Buscando alternativas,
De vida
E de paz...
Ainda bem que como a embriaguez,
Os delírios também passam...
Pois se eu não tivesse feito,
Se não tivesse dito,
Se não tivesse pecado,
E não tivesse amado...
Nem em outros delírios
Seri quem sou hoje.