Puerpério

A agua se extinguia

em sua volta.

Uma corrente continua como uma mola que se solta.

Sentia a força que o empurrava e o atraia

como um redemoinho.

Ouvia vozes, alaridos e gritos que

ele já conhecia.

Tão difícil era abandonar

aquele ninho.

Tão confortável quanto quente e aquele louco torvelinho

anunciava que era chegada a hora.

Mais um pouco a frente em um chão macio.

Era uma dor que se espera

em um dia tão frio.

Um difícil retorno ao encontro da aurora.

Então como um raio,

verteram-se no horizonte luzes como alvas auras

que traziam doces memorias e lembranças

Verteram-se assim

vulneráveis como inocentes crianças

Então como a brisa

morna e leve que um berço embala;

ouviam-se o cício de lindos sentimentos

Raros e de momentos de incompreensível sentido,

às vezes o próprio tempo,

é a razão que escorre pelo cordão do umbigo.

Mas mesmo assim

era uma luz linda e brilhante vinda de você.

De um amor

que se vislumbra em um instante

e que fez aquele coração

estremecer. . .

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 09/10/2020
Reeditado em 09/10/2020
Código do texto: T7083492
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