Puerpério
A agua se extinguia
em sua volta.
Uma corrente continua como uma mola que se solta.
Sentia a força que o empurrava e o atraia
como um redemoinho.
Ouvia vozes, alaridos e gritos que
ele já conhecia.
Tão difícil era abandonar
aquele ninho.
Tão confortável quanto quente e aquele louco torvelinho
anunciava que era chegada a hora.
Mais um pouco a frente em um chão macio.
Era uma dor que se espera
em um dia tão frio.
Um difícil retorno ao encontro da aurora.
Então como um raio,
verteram-se no horizonte luzes como alvas auras
que traziam doces memorias e lembranças
Verteram-se assim
vulneráveis como inocentes crianças
Então como a brisa
morna e leve que um berço embala;
ouviam-se o cício de lindos sentimentos
Raros e de momentos de incompreensível sentido,
às vezes o próprio tempo,
é a razão que escorre pelo cordão do umbigo.
Mas mesmo assim
era uma luz linda e brilhante vinda de você.
De um amor
que se vislumbra em um instante
e que fez aquele coração
estremecer. . .