O presente que não recebi
Ó bela flor, por que desabrochou?
Por que não te guardasses pra mim?
E te entregasses assim, tão fácil!
E nosso amor não é mais, é o fim!
Me dizeis, ó bela flor, que foi idiotice,
Que agisses na tal impulsão!
Me dizes assim para consolar-me
Mas nada consola o coração!
Que lástima, bela flor! Feriste o meu ego!
Quem mais além de mim para fazê-lo?
Tive paciência e esperei vosso tempo
De todo modo, ignorasse meu zelo!
Maldita flor! Que langor profano!
Tua carne não é saciável!
Teu fogo queimaria um vulcão,
És, assim, abominável!
Ó bela flor, por que desabrochou?
Por que não te guardasses pra mim?
E te entregasses assim, tão fácil!
E nosso amor não é mais, é o fim!
Natal, 8 de outubro, 2020.