Sereníssima
Na Sereníssima alvorada
Que emerge da noite,
Ouço e rumino seus sons
Com ar de mistério...
A maestria dos teus olhos poéticos
Hipnotiza-me, como a lua cheia.
Eu, lobo, me perco da manada
Uivo, chamando teu nome por extenso por toda alvorada.
És filha de apolo?
Fios de ouro dançam sobre sua face melancólica
Enfeitam, embelezam teu ser
E eu discretamente a olho... A olho.
Sereníssima estrela, tão cadente.
Precipita em minha superfície
Sobrevoando minha mente.
Pouse por perto enquanto o sol se põe na planície...
A replandescencia dos teus olhos folha seca hipnotiza-me.
Deleito-me na incerteza do momento.
E eu, imóvel no tempo, registro tudo em detalhes, em rabiscos...
E oscilo na frequência serena do teu sorriso!
Enquanto o tempo momentaneamente é inexistente,
Eu momentaneamente o refaço.
Viajo entre ele para encontrá-la,
Vagando entre minha lembranças.
O que seus olhos dizem ?
Perto de mim, não canso de olhá-los.
Serenos, vagos e espelhados.
Estou paralisado.