O trem da vida


O trem passou velozmente e o meu coração descompensado acelerou
O chão tremeu, os trilhos faiscaram e o vento colericamente vociferou.

Um vácuo inexplicável temporariamente gritou em meu peito e chorei
Vozes mudas e estridentes, indefinidos sentimentos, belo te imaginei!

Meu corpo não se movia, surpreendente uma paixão que renascia
Num breve e cativante olhar, um suave calor que há muito não sentia

Feito um sol brilhante que aquece todo corpo, um foguear ardente
Indefinidos acordes, suaves ventos acariciando minha pele quente.

Na tênue linha da vida o trem passa e, nas estações, momentâneos vacilos
Embarco ou deixo ele ir? Preciso me definir, teimosamente eu oscilo...

Como um trem veloz que passa rapidamente, se não embarcarmos ele vai...
Se não percebermos os olhares sentidos nas nuances ternas, tudo se esvai...

Sonhadores, transeuntes pela vida vamos... Alimentando o vacilante ego
Prateamos os cabelos como as águas calmas, no entanto, por vezes, cegos...








Texto: Miriam Carmignan
Imagem google