“O beijo”

No leve sacolejar do ônibus o meu olhar vai fitando a noite, fitando a cidade...

Olhando e vagueando sem observar nada, sem prestar atenção nos postes com luzes, nas casas escuras, nos prédios que parecem estar dançando com o movimento do ônibus, nas luzes que se misturam com as estrela numa noite sem lua, com o gotejar da chuva e ventos gelados...

Noite de inverno, mas que para mim mais parecia uma quente e agradável noite de verão.

A minha mente devaneando e sonhando, com fatos ocorridos, com toques, com beijos, com boca, sua boca, a sua boca gostosa que fala que beija, ah e como beija.

Me remoto ao nosso primeiro beijo.

Num ponto de ônibus na autonomista, tendo testemunhas questionáveis, totalmente fora de tom fora de ritmo e eu fiquei fora de mim.

Um delicioso e emocionante vicio que não sabíamos onde nos levaria.

Não comentamos no momento, é verdade, mas algo fazia as nossas bocas grudar ainda mais, seriam os seus lábios carnudos, quem sabe os meus...

Bem isso não importa agora, penso eu...

O que me vem à mente é estar com você, estar dentro do seu abraço, que me protege dos gélidos ventos de uma noite de inverno.

O frio que corta a nossa pele só me faz sentir mais intensamente o calor que vem de dentro de você, a sua respiração quente e úmida no meu pescoço, as suas mãos pelo meu corpo...

E num momento somos apenas eu e você, não existem pessoas, não existem carros, não existe chão ou céu, apenas nós dois.

Com lábios que se tocam, línguas que se cruzam, a antecipação do suspiro, o abraço que aperta no ápice do momento, e finalmente o suspirar, e o se entreolhar procurando por mais, mais toques mais carinhos, mais amor.

Mais de você em mim, mais de mim em você.

E numa coisa concordamos, os nossos beijos estão melhores agora.

A intensidade de nosso sentimento transborda em carinhos e caricias.

E ao devanear no balanço do ônibus tenho uma certeza. Achei o amor da minha vida.

Amor que há tempos procuro. Amor que jamais se acabará.

Amor que vou levar dentro de mim, em meu coração.

Amor que me guia em caminhos tortuoso.

Amor que me protege, de tempestades, transformando-as em leves chuvas de verão, e brisas suaves.

Amor que me devolveu a alma, a inspiração, o poder...

O poder de sorrir, de cantar, poder de amar, alguém que me ama também.

E devaneando dentro daquele ônibus abafado e frio, sinto o meu coração se aquecer ainda mais.

E peço a Deus que o calor, que esse amor, o nosso amor, não nos abandone jamais...

Eu AMO você LUCAS

A ADrya
Enviado por A ADrya em 04/10/2020
Código do texto: T7079158
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