de pés que adornam
não havia moça
mais bela que ela
não havia o vento
que lhe enfeiasse os cabelos
não havia o resfriado
que lhe entupisse o nariz
não havia a perdiz
que lhe ganhasse em postura
nem em formosura
a espuma do mar a vencia
quando ela vinha e cobria
seus pés que adornavam a areia
mais eis que alguém incendeia
o sonho da bela menina
a obrigação de somente
ficar com o príncipe amado
só até à meia-noite
pra que ela pudesse entender
que para o que não se quer
que possa ser permitido
uma imposição sem sentido
sempre terá que haver
e aquele seu sapatinho
deixado pelo caminho
é como uma lição
da qual não irá se esquecer...
Rio, 13/11/2006