O MAIOR AMOR
Você é como a gravidade
Tá sempre me jogando pra baixo
Te amo laconicamente e você só me despreza
Teu carinho é como passarinho na minha mão
Voa depressa porque a pressa é passageira
Mais eu não assim não sou
Como que mão na hora da feira
A tudo acaricia mais leva pouco
Daquilo que provou ...
Você não me dá o devido valor
Sou como um lápis de uma só cor grafite
E você quer um colorido a mais
Nas bocas que lhe oferecem um fundo de glitter...
Sou assim minutos são jazigos meus
Desprezo minhas catacumbas
Teus olhos podem me cegar
Mais você não tem o direito de me ferir
Quando me feres sangro por dentro tua ausência
E a cicatriz são os caminhos em que me perdi
São atalhos que busquei nos bosques sombrios
São margens que que meu pensamento percorrem os rios
Minhas lágrimas singram meu rosto
Mais o gosto de teu beijo ainda
Qual vinho envelhecido de teu mosto
Você é aquilo que começa onde nada finda...
Teu olhar, tua maneira de falar, teu andar
Tudo no mundo sem você parece faltar
Tudo congela...Tudo para...Teu paladar
Tua língua meu dialeto
Meu teto tá no céu da tua boca
Minha cama nos teus seios
Em cada poro teu cabe uma gotícula de um suor meu
Cabe direitinho como uma estrela suspensa no céu
Tudo meu é seu corpo pulsante
A todo instante sou tua confissão
Sou tua penitência
E tua libertação
Mais sei que um dia
Tudo irá passar
E escorrer como água de nossas mãos...
Mais ninguém vai tirar de nós
O que ainda sentimos um pelo outro
Estamos presos como casquinha e sorvete
Como Jesus e sua cruz
Como Maria e seu terço
Presos na palma da mão
Como dedos e celular
Somos dois seres
Iguais a tantos
Mais tudo pode faltar
O mar
O lugar
O estar
O ar que nos faz viver...
Mesmo assim dizer que
TE AMO vale mais
do que tudo que a vida pode me tirar...