BELA

O colapso da retina inteira

no punhal arbitrário de tua beleza.

Os átomos que emanam da estrela

itinerantes na totalidade da surpresa.

No relato que a luz escreve,

invadindo a superfície com textura de silêncio.

Exibindo a poética geometria do teu

invisível, na contradição de no topo

não haver relva, apenas o horizonte;

a sobra de imensidão hesitante,

para o olhar história é instante.

Ou limite escoltado pela ausência.

Caminho na fortaleza de existir

e simultaneamente na perecível condição

do espaço que ocupas tu e a claridade

de tua estética plena...

És divindade anônima, ou

liricamente essência incontida,

volume da fusão de aurora e ideal.

Não há abismos... no próximo passo

o território é eterno.

Na unidade do chão do universo,

o vácuo da sombra, o reflexo teu

que grita ainda que sem imagem

no vestígio da lembrança.

Na cantiga da brisa é o ar é quem

dança.

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 18/09/2020
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