Soberania da vontade

O mundo inteiro adoecendo e eu com medo.

Psicossomática, hipocondríaca, não importa.

Todo esse medo ameaçava-me em segredo.

E o desespero veio bater na minha porta.

Com inteligência procurei usar o tempo.

Como o "filósofo da vontade" me ensinou.

Na minha ânsia de buscar conhecimento.

Eu li de tudo que minha mente desejou.

Na leitura científica mergulhei com precisão.

Li neurociência e bula de medicamento.

Enveredei na poesia, Artes e até religião.

E fui da crítica filosófica ao entretenimento.

Schopenhauer, dentre esses críticos, o mais sagaz.

Com os críticos recomendou ser tolerante.

E nos alertou de que o homem é bem capaz,

De produzir novas ideias a todo instante.

Por isso sempre que eu escrevo fico atenta.

E aguardando os elogios e as cobranças.

Cada cobrança me estiga e me alimenta.

E cada elogio me renova as esperanças.

Mas não pense que com o último me envaideço.

Nem que lhe submeto minha vontade de escrever.

Eu escrevo porque escrever é minha arte.

De representar o meu jeito simples de viver.

Aos meus leitores venho fazer este pedido.

Ao ler meu "mundo de vontade e representação"

Ler duas vezes para entender o seu real sentido.

Exercite antes a paciência e depois a aceitação.

É que eu escrevo pra satisfazer minha vontade.

Mas a vontade além de insaciável ainda é cega.

E não é capaz de garantir-me só a felicidade.

Pois esta última "nunca se acha em fonte externa"

Nem a primeira de refrear-me a necessidade.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 17/09/2020
Reeditado em 21/12/2020
Código do texto: T7065749
Classificação de conteúdo: seguro