Soberania da vontade
O mundo inteiro adoecendo e eu com medo.
Psicossomática, hipocondríaca, não importa.
Todo esse medo ameaçava-me em segredo.
E o desespero veio bater na minha porta.
Com inteligência procurei usar o tempo.
Como o "filósofo da vontade" me ensinou.
Na minha ânsia de buscar conhecimento.
Eu li de tudo que minha mente desejou.
Na leitura científica mergulhei com precisão.
Li neurociência e bula de medicamento.
Enveredei na poesia, Artes e até religião.
E fui da crítica filosófica ao entretenimento.
Schopenhauer, dentre esses críticos, o mais sagaz.
Com os críticos recomendou ser tolerante.
E nos alertou de que o homem é bem capaz,
De produzir novas ideias a todo instante.
Por isso sempre que eu escrevo fico atenta.
E aguardando os elogios e as cobranças.
Cada cobrança me estiga e me alimenta.
E cada elogio me renova as esperanças.
Mas não pense que com o último me envaideço.
Nem que lhe submeto minha vontade de escrever.
Eu escrevo porque escrever é minha arte.
De representar o meu jeito simples de viver.
Aos meus leitores venho fazer este pedido.
Ao ler meu "mundo de vontade e representação"
Ler duas vezes para entender o seu real sentido.
Exercite antes a paciência e depois a aceitação.
É que eu escrevo pra satisfazer minha vontade.
Mas a vontade além de insaciável ainda é cega.
E não é capaz de garantir-me só a felicidade.
Pois esta última "nunca se acha em fonte externa"
Nem a primeira de refrear-me a necessidade.
Adriribeiro/@adri.poesias