Amargor
Sou o fundo amargo de um dia comum.
Dispo as horas e volto para mim,
lugar incerto e escuro,
anónimo como uma voz que não conheço
nem me chama.
Espero que venhas à minha cama,
que me leves a ver o mar no teu sexo,
que me ofereças estrelas que são tuas,
que mintas sobre cavalos e quintas,
solares e brasões.
Retribuirei com o corpo aceso, a pele a arder,
a boca ávida da morte que só contigo chega