Amargor

Sou o fundo amargo de um dia comum.

Dispo as horas e volto para mim,

lugar incerto e escuro,

anónimo como uma voz que não conheço

nem me chama.

Espero que venhas à minha cama,

que me leves a ver o mar no teu sexo,

que me ofereças estrelas que são tuas,

que mintas sobre cavalos e quintas,

solares e brasões.

Retribuirei com o corpo aceso, a pele a arder,

a boca ávida da morte que só contigo chega

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 17/09/2020
Código do texto: T7065718
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