A ponte e o abismo da comunicação
Falo por mímicas, quando a palavra falta;
Falo com o olhar para disfarçar a timidez;
Falo em poesia, monólogo sem nitidez.
Falo em murmúrio, baixo, em voz alta.
Ouço o cochicho, quando do ouvido salta;
Ouço a voz firme ou sem rigidez;
Voz que expressa sabedoria ou estupidez;
Voz oprimida, ou o grito de quem se exalta.
Ouço a voz imersa e profunda,
Vivo memórias da meiga voz ouvida,
Sinto a voz embargada e confusa.
A voz trêmula de uma partida;
A voz que sustenta a palavra não dita,
E a voz do medo, dos silêncios da vida!