Hoje Eu Não Pude

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

Hoje eu não pude…

Não a vi com aquela candura de sempre que alindava os nossos momentos. — Mostrou-se alheia, à receptividade carinhosa de outros encontros.

O chão pareceu fugir sob meus pés, sem a magia dos seus doces afagos… Será que lhe perdi? Deverei desistir, de cultivar a esperança? Prefiro crer que haja ainda um lugar cativo em seu coração, a mim, que não o dividiu com outro.

Surpreendeu-me tal comportamento, pois, não lembro ter constrangido-a em alguma situação…

Fiquei a imaginar coisas que talvez nem sejam motivos da minha preocupação, do meu sofrer com essa indiferença …

Será um jogo de amor, que mudaste seu jeito, o rumo do nosso destino, para me testar? Não sei jogar…

Seja o que for, desta vez eu não pude contar com o seu querer em terno agrado. — Com seu carinho, a sua companhia, num dia que parecia ser somente nosso.

Não curtimos o estar juntos, a sós, em contemplação à natureza: o sol, a praia, os mergulhos no oceano…

Assim a nossa recreação prazerosa não se deu.

Hoje eu não pude sentir, na comida: o sabor do sal; nem na praia: a carícia da brisa, do litoral… Nesse alimentar de desejo de um amor que-me parecia tão real…

O céu bonito não se fez presente e o fino cheiro da noite não percorreu à terra, ao meu olfato.

Mesmo em tristes ais não desistirei de amá-la… Vou trabalhar, em terapias, as minhas questões emotivas, remar contra as correntezas do amor… O que eu não devo é perder-lhe.

Como hoje eu não pude, continuarei no aguardo de uma amanhã sorridente. — Onde o sol brilhará novamente e à noite, em canção de ninar, me acalente…

Espero que em retorno afetivo e festivo nos veremos; unidos por um elo numa só pessoa.

Vai dar tudo certo…

Se dessa vez eu não pude, não quer dizer que seja o fim. — É preferível acreditar que, numa hora dessas, poderei…

*Nemilson Vieira de Morais Gestor AmbientalAcadêmicoLiterário.

(26:11:19)