De repente os olhos... ( Amor de elevador)
De repente os olhos já não encaravam aqueles olhos do mesmo jeito. O riso largo se expandia até não mais poder, e aqueles segundos eram mui enaltecidos, o dia começava mais lindo ali, a vida era mais colorida desde então.
A afeição lhe dera um nome, um apelido bobo, de repente ele não era mais o do 703, mas aquele que balançava as estruturas, assim intensamente, logo de manhã, para ser exata às 06:45 ...
Que medo, quanto medo, será que a dança é correspondida? Será que tão pertinho o amor sucederá?
De repente a mente dele que entendia todas as mentes se tornou em um gigantesco nó. O desejo pelo próximo encontro crescia, corria pela alma, transcedia o papel, emaranhava a lógica e calava lhe as palavras que sempre quiseram ser ditas.
Será que ela gosta de mim? E se a simpatia do riso largo for dela para todo o universo exterior?
De repente já cansado de se esconder o amor lhes pôs contra à parede, e exigiu uma conversa com franqueza.
E pouco a pouco os olhos foram mergulhando um no outro, e a mão companhia da outra mão, os lábios que outrora riam largo agora riam um do outro, das piadas ruins, das músicas bregas do bar da esquina. O amor daqueles corações tornou morador, e fez do distinto (a) morador(a) da vida o amor.
"E como acontece uma flor
Também acontece o amor
Assim,
Sucedeu assim,
E foi tão de repente
Que a cabeça da gente
Vira só coração..."( Tom Jobim)