Nunca mais outra vez

Um dia saberei quem sou:

flor ou jardim,

o tempo ou a ausência de tudo

ou o que silencia a minha voz

ou o barulho das palmas

para as palavras do meu absurdo

para quem nunca calou minh’alma.

Saberei se sou o mar ou o mundo

e se o meu amor pertence

a algum coração furibundo

que deixou de gostar-se

para amar de verdade a esse vagabundo.

E se tudo tiveres conseguido já

até do teu corpo os vinténs da vida,

serás a amante de minhas despedidas

e a nenhuma outra mulher amarei mais

como a ti um dia o meu coração rapaz

começou a amar-te homem de tudo!