Reunião do A. A. Ultrarromântico

Nada do que eu vos diga pode vir aqui e elucidar,

O que se passa com quem no amor não teve sorte.

Se fosse possível o "melancólico suspiro" se evitar,

Álvares de Azevedo não poetizaria a própria morte.

Por que será que o amor às vezes nos dói tanto?

Porque ele nasce em circunstâncias adversas?

Enfraquece o nosso ânimo e agiliza todo o pranto?

É fruto de nossas escolhas ou de ilusões perversas?

Quando chamaste o meu nome docemente,

O que deveras esperavas de mim? O que sentias?

Agora o meu coração apenas sofre e tristemente,

Também "a esperança perdeu pois me mentias".

Não trouxestes contigo o terrível "mal do século"

Nem revelou-me amor nas faces, pois não a via.

Não recitou-me Byron nem Bocage. Só o ósculo.

E mesmo assim recitou-me a morte em poesia.

A minha triste lira já não tem somente 20 anos.

Pra despertar em ti o esplendor do amor erótico.

Mas fez minha vaidade renascer. Evocou planos.

Me fez viver entre a realidade e o sonho exótico.

Hoje sou membro do A. A. Ultrarromântico.

E vivo agora a lamentar minha triste sina.

Faço poemas entoando o amor em cântico.

E rezo a Deus pra devolver minh'alma de menina.

Adriribeiro/@adri.poesoas

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 09/09/2020
Reeditado em 24/06/2021
Código do texto: T7059215
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