Reunião do A. A. Ultrarromântico
Nada do que eu vos diga pode vir aqui e elucidar,
O que se passa com quem no amor não teve sorte.
Se fosse possível o "melancólico suspiro" se evitar,
Álvares de Azevedo não poetizaria a própria morte.
Por que será que o amor às vezes nos dói tanto?
Porque ele nasce em circunstâncias adversas?
Enfraquece o nosso ânimo e agiliza todo o pranto?
É fruto de nossas escolhas ou de ilusões perversas?
Quando chamaste o meu nome docemente,
O que deveras esperavas de mim? O que sentias?
Agora o meu coração apenas sofre e tristemente,
Também "a esperança perdeu pois me mentias".
Não trouxestes contigo o terrível "mal do século"
Nem revelou-me amor nas faces, pois não a via.
Não recitou-me Byron nem Bocage. Só o ósculo.
E mesmo assim recitou-me a morte em poesia.
A minha triste lira já não tem somente 20 anos.
Pra despertar em ti o esplendor do amor erótico.
Mas fez minha vaidade renascer. Evocou planos.
Me fez viver entre a realidade e o sonho exótico.
Hoje sou membro do A. A. Ultrarromântico.
E vivo agora a lamentar minha triste sina.
Faço poemas entoando o amor em cântico.
E rezo a Deus pra devolver minh'alma de menina.
Adriribeiro/@adri.poesoas