ANCORADOURO

ANCORADOURO

BETO MACHADO

A sinto sempre nos ares da noite.

Mesmo se a lua não a ilumina.

Enfrento o vento. Testo seu açoite.

São vaga lumes minha lamparina.

E que olor emana do seu corpo!

E quão macia é a sua tez!

No cais, meu barco, ancoro do seu porto,

Mas pretendendo é ficar de vez.

A madrugada sempre se insinua

Diante dos amantes sem receio

De não surgir o brilho da dindinha lua

E faz-se da noite e do amanhecer

O mais adocicado dos recheios

Pra adoçar a minha boca e a sua

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 09/09/2020
Código do texto: T7059164
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