POESIA NAMORADA

Sim, a poesia me namora.
Noto quando da janela,
olhando lá para fora,
vejo a natureza bela.

Olho mais, me desafio.
Olho tudo a minha frente.
Olhos fecham de repente
pela poesia, desconfio.

Tudo que me era concreto
e que estavam ali perto
voam. Vão ao imaginário
e constroem novo cenário.

Os verdes são os tecidos
que para ela são vestidos;
a margarida em botão,
um broto em seu coração.

Todos pássaros se alinham,
todos bichos se avizinham,
entre eles a passarela
por onde passará ela.

E não há mais a janela
- não, não me vejo mais nela -
mas com ela. Cortesia
da namorada poesia.
Ismeraldo Pereira
Enviado por Ismeraldo Pereira em 09/09/2020
Código do texto: T7058994
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