A paixão de Nietzsche por Lou Salomé.
Lou Andreas Salomé, uma linda moça da nobreza de São Petersburgo, ele Nietzsche um jovem professor de filosofia da universidade de Basileia.
A vossa beleza é incomparável, a face de seu rosto cheio de ternura, o vosso corpo indelével encantamento.
Inefável o vosso esplendor.
Seus lábios fascinam os meus sonhos, sei que a minha inteligência não será suficiente para despertar o vosso afeto.
Entretanto, vou lhe ensinar sabedoria, é o que você procura em Nietzsche, iniciarei explicando o fundamento do mundo.
Lou, o mundo é eterno, a matéria se repete, o retorno é permanente, todavia, o espírito é uma ilusão, a cognição a provisoriedade do entendimento.
Salomé assustada, nunca tinha conversado antes com alguém com tamanho entendimento, entretanto, o amor de Lou era menor que a compreensão.
Epistemologizou Nietzsche o que vou hermeneuticizar, a matéria e a energia conservam transformando ilimitadamente, sendo o tempo infinito, sem início, meio e fim.
Nietzsche disse a Lou simplesmente o tempo não existe, a moça apavorada, sem compreender as proposições do filósofo.
O que posso lhe afirmar sua beleza me encanta, a vossa meiguice anestesia a minha cognição.
Sou um filósofo, ninguém me escuta, em referência ao mundo, o que está acontecendo agora, já aconteceram milhares de outras vezes, o mundo é sua interminável repetição.
Deste modo, todos estágios futuros serão os estágios passados, o mundo sempre existiu, sempre existirá, a matéria não acaba, porém, o espírito não existe, somos tão somente átomos conglomerados no mundo biológico.
O homem eternamente pelo fenômeno da replicação, no entanto, Nietzsche será apenas uma vez, do mesmo modo, a vossa pessoa, razão pela qual individualmente não há existência.
Lou, ponderou Nietzsche, a natureza não tem estágio final de equilíbrio, não há descanso, a força energética é sempre igual em qualquer momento.
Tudo que posso lhe dizer que neste instante, este professor de filosofia, está perdidamente apaixonado pela vossa doçura.
A linda moça do Leste da Europa, ficou emocionada por despertar afeto ao maior gênio do mundo.
Nietzsche percebeu, sorridente deu continuidade a explicação a respeito fundamento do mundo.
O eterno retorno de tudo, sustenta-se na teoria da continuidade, a repetição não leva a nenhum lugar, pois não há finalidade para matéria, a cognição produto de fantasias culturais ideológicas.
Nietzsche, não existe razão para nossa existência, sua beleza será mimetizada em átomos na repetição da natureza, do mesmo modo, a minha sabedoria.
Razão pela qual o vosso amor deve ser substanciado em um grande afeto, contrariamente, a vossa existência será desconsiderada aos propósitos do encantamento.
Salomé tremia de emoção, sem saber o motivo de tamanha paixão, continuava Nietzsche, não há finalidade para nossa existência,
somos apenas este instante, entre outros que brevemente virão, posteriormente, a somatização na natureza da energia quantificada.
Por este motivo, deveríamos viver a loucura da paixão, o meu sonho sentir o sabor dos vossos lábios, a moça simplesmente ficou apavorada, sem entender o desejo do gênio.
A vida não tem objetivo, estamos aqui porque somos a repetição contínua do universo.
Entretanto, o mundo se repete na dialética da perfeição com a imperfeição, sendo que o mundo se originou dele mesmo, repetindo a cada instante, quanto a nós, somos partículas propositadas neste tempo histórico.
A respeito da matéria, tudo é repetição na evolução transformada, todavia, a transformação é a conservação da própria matéria.
Como somos a replicação da matéria transformada, brevemente seremos tão somente a energia quantificada conservada.
A moça assustada, afastou definitivamente de Nietzsche imaginado que estava conversando com um delírico e não com um sábio.
Posteriormente, aproximou-se de Freud buscando sabedoria, perguntou lhe o que pensava de Nietzsche.
O pai da psicologia respondeu, trata-se de um gênio, devido a sua epistemologia fundei a psicanálise.
A moça simplesmente pensou, eu perdi a sabedoria, era muito tarde.
Edjar Dias de Vasconcelos.