ARGILA
Amasso a argila entre os dedos
e desejo te criar.
Sinto a frialdade do barro,
o cheiro suave da terra úmida ao ar.
Dou-te a forma dos arbustos densos,
a força incorpórea do vento,
o mistério do mar.
Coloco miosótis entre os teus cabelos,
um brilho de ternura em teu olhar.
Planto alegria em teu peito
e uma grande vocação para sonhar.
Faço-te silêncio e calma,
meiguice e luar.
Em tuas pernas escondo longos caminhos,
por onde contigo vou caminhar.
Crio por fim tuas mãos:
faço-as ternas e vibrantes,
cheias de paz e de perdão;
encharco-as de música, de cor,
de pingos de chuva, de luz, de rumor.
Amasso a argila entre os dedos
e desejo te criar.
Sinto a frialdade do barro,
o cheiro suave da terra úmida ao ar.
Dou-te a forma dos arbustos densos,
a força incorpórea do vento,
o mistério do mar.
Coloco miosótis entre os teus cabelos,
um brilho de ternura em teu olhar.
Planto alegria em teu peito
e uma grande vocação para sonhar.
Faço-te silêncio e calma,
meiguice e luar.
Em tuas pernas escondo longos caminhos,
por onde contigo vou caminhar.
Crio por fim tuas mãos:
faço-as ternas e vibrantes,
cheias de paz e de perdão;
encharco-as de música, de cor,
de pingos de chuva, de luz, de rumor.
NOTA: O texto é baseado no mito de Pigmalião, escultor lendário de Chipre, que desejou criar uma mulher sem defeitos. Ela recebeu o nome de Galatéia.