Mata mas não morre

Insanos são os anos... considero.

Por entre os sonhos, liso escorre o tempo.

Embora enfermo e a febre, pois, fervendo

Alguma coisa diz, ao fim, que eu erro!

Não me pergunto: "Deus, por quê?" Não quero!

Apenas finjo, ator que represento,

Que tenho só certezas, que eu entendo,

Mas dias, meses, anos... Passo... Espero...

A música não para! Eu sempre escuto...

Se fecho os olhos, ah, aí que vejo

E sinto o encanto de um eterno porre!

Respiro com sufoco e o grito é mudo,

Mas cura me seria um simples beijo

De todo o amor que mata e que não morre...

Pinguinho Neto
Enviado por Pinguinho Neto em 18/08/2020
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