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Afago
No extenso caminho tosco, esqueceu-se
Do solidário e amoroso afago que lhe ofertei
E hoje o pulsar inquieto do meu coração aflito
Tornou-se solitário em solidão nas noites frias

Mas, o desapreço, transformei num vergel
De rica e inesgotáveis fragrâncias e flores
Para ver você feliz, desfilar em vastidão
Num jardim entre rosas e açucenas, olorosas

Com o pensamento despedi a solidão
Para as profundezas do Oceano sem fim
Fiz preces ao senhor meu Deus para que
No seu infindo caminho encantado surja

Uma chuva de pétalas de rosas e flores
Regando no seu coração, amor sincero
Atalharei montanhas, planícies e desertos
Só para lhe ver passar elegante e faceira

Com o vento soprando boniteza em você,
Nos seus belos cabelos desalinhados ao léu
Pisando manso nas folhas orvalhadas do luar
Acarinhadas pelo amanhecer de Sol dourado

Isso são porteiras por onde distraído passei
Cada lágrima espargida do meu rosto, era você
A fragância que ainda perfuma seu corpo, sou eu
Quando a brisa enluarada invadir seu corpo, sou eu

Quando  você sentir minha presença, não sou eu, é sonho
Quero ver você molhada com a chuva da roseira da varanda
Vou inventar um vento, para assanhar seus cabelos distraídos,
Entre as flores buscarei seu cheiro que nunca sairá de mim.
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 14/08/2020
Reeditado em 20/02/2021
Código do texto: T7035474
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