O amor
Quem inventou o amor?
A pergunta dos poetas contemporâneos
Não se termina no fim da música.
Eu me descreveria como alguém
Que procura a forma mais ampla de amar:
As pessoas, as lutas, a atuação cotidiana,
Desafia o entendimento do amor presente
Em nossa sociedade.
Outra pergunta: para que o amor serve?
Ou melhor: para quem o amor serve?
A Necropolitica que determina
As nossas relações é a dialética
Que posiciona a moral e a realidade posta,
De algo que é naturalmente volátil
E se arruma e se desarranja
Ao mesmo tempo em que vivemos.
Não me cabe o existencialismo!
O materialismo me posiciona e determina
No porquê amar é essência e não troca.
Amar é construção e não recompensa!
Ontem dormi tão triste por saber
Que o amor que sinto não cabe
Em um mundo que enxerga a vida
Dividida entre os romances que não se lê
E as práticas da violência cotidiana.
Hoje a minha tristeza é continuada
E na dor vou procurar não os remédios
Mas a ciência que pode nos curar.
Para que o amanhã seja
O sonho desvendando estradas.
O que quero é uma outra vida pertencente.
É uma forma de amor que interligam gentes.