Calmaria

Você pousou em mim como uma borboleta pousaria

Um pouso leve que ao toque eu mal sentia

Você já estava em mim e eu não percebia

Sua presença em meu ser

Mas eu sabia que algo aqui dentro já não estava inabitado

Era como se o silêncio de repente houvesse murmurado

Mas de tanta sutileza ainda não me havia incomodado

Sua permanência e seu permanecer

E foi então que deixei de olhar pra frente e virei pro lado

Avistei suas asas coloridas imóveis no ar parado

Parecia uma esfinge sobre meu ombro cansado

E foi então que descobri você.

Que já estava causando frios em minha barriga

Cada vez que se aproximava a hora da sua partida

E mesmo que eu não assumisse tão absurda investida

A negação parecia nada resolver

E um furacão passou em nossa frente

Agitou suas asas tão de repente

Abalou minha estrutura de valente

Mas do meu ombro não atrevera se mover

E por aqui achamos a calmaria

Que buscamos todo dia

E no meio de tudo, quem diria?

Que minha brisa seria você!