Por quê?
Por quê?
Sofro tanto em busca da felicidade
Que me parece tão distante
Chegando a desconfiar da verdade
Dos que se dizem amantes
Impossível não se comparar
Ainda que possa parecer despeito
Para poucos tão simples, quase perfeito
Outros, no entanto, nem mesmo o luar
Sim, dos amantes ao menos o luar
Que invade-nos e revela a essência
Expõe sentimentos, quanta carência
Em alguém que só pensa em amar
Amigos, sempre muito carinho
Filhos, preenchem um grande vazio
De um lado do coração, sombrio
Depois de tantas noites sozinho
Sinto-me fraco, quase sem esperança
Tenho medo de tornar-me insensível
Ao amor, outrora sempre tão possível
Hoje vaga penumbra na lembrança
Preciso sobreviver, não quero morrer
Sem tê-lo vivido em sua plenitude
Tornar tudo secundário ante a magnitude
De um sentimento que só faz crescer
Não quero apenas a luz do luar
Nem tampouco ser mero coadjuvante
De lindas histórias de amantes
Que de lágrimas lavaram-me o olhar
Sei que ainda serei protagonista
Não sei exatamente com quem dividirei o ato
A trama, mil e uma facetas do amor, é fato
De uma realidade que ainda há de ser vivida
E me fará entender o porquê
De ter buscado tanto...