BANHO ASSANHADO
Ah, vem cá meu desvario sorrateiro...
Quero-te agora, leve, doce e assanhado.
Aqui comigo, embaixo desse chuveiro...
Juntinho de mim, no meu corpo colado.
Que delícia, quando tocas meu rosto!
E deslizas devagarinho... Molhando...
Chega a meus lábios e sinto teu gosto.
Continua meu corpo, assim escalando...
Aai, tu não sabes que frenesi, que colosso!
Quando me deixas com minha visão turva,
se mais aloucado, beijas meu pescoço
e segues desbravando em mim cada curva!
Cantante e alegre tu danças em meus braços.
Teu carinho é tudo de bom, é macio...
Mais e mais ocupas todos meus espaços.
Coisa mais deliciosa nem se viu!
Meu amor, não tem mais o que me desconcentre
e deixe maluca, que essa nossa briga,
quando com carinho, tu alcanças meu ventre.
Ouço então, linda sinfonia em cantiga...
Ainda não satisfeito, queres mais.
Agora, tocas de leve, em minhas pernas...
Eu queria parar, mas dizes: _ Jamais!
Tuas carícias em mi’as trilhas são ternas...
Alcançando bem devagar os meus pés,
muito acariciando cada dedinho...
E descartando também, qualquer revés,
eu muito te agradeço e atiro um beijinho.
E largo-te ao lado, após dar-te um lembrete:
Se quiseres, mais tarde, vem que te assanho.
Quando eu for tomar o meu próximo banho...
Está certo, meu adorado sabonete?...
Olha crianças... O que vocês pensavam?!