não te vás dos meus dias
tampouco do alcance dos meus olhos,
não leves embora o som dos teus sapatos,
nem a glória dos teus risos.

não te vás, amada,
co's silêncios que habitam minh'alma irrefutável
eu não caibo em mim, sem a tua voz,
e tuas mãos me são dois poemas
que alinham os versos do meu corpo.

não leves para longe de mim
as tuas pálidas mãos.

não te vás co'as noites nuas d'estrelas
para que eu não fique mudo,
para que não me pesem as nuvens,
no céu das lamentações.

não te vás co'a minha escuridão,
também habita-me a luz do sol do teu sono
e cedo ou tarde a lua estará morta, nova
e restará o crepúsculo do teu beijo
por entre as minhas finas constelações.

@leaferro
Léa Ferro
Enviado por Léa Ferro em 05/08/2020
Código do texto: T7026923
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