O Amor e o Tempo.
(Milton Pires)
Se é verdade que eu hesitava
no escolher das coisas quando
ainda não te tinha, é porque eu
não te tinha ainda como uma
coisa viva, um outro “eu” que
eu sabia faltar no triste eu que
existia em mim...
As águas do lago parado e a árvore
caída nele, depois da tempestade de
76, são a representação do próprio
“tempo menino” recomeçando num
furacão adulto que eu me tornei ao
te fazer mulher...
Nas noites frias do triste inverno,
ocaso de qualquer vida que busca
então Descanso Eterno, teu sorriso
é sempre, mesmo agora, sentado ao
teu lado nestas noites chuvosas, em
que morre o fogo numa lareira velha,
a quase presença de uma “tu menina”
Teu olhar me diz “vem pra cama”
e traduzido metafisicamente ele
chega dizendo no meu coração:
“Não há o Tempo
quando se ama…”
(para Ana Laura..onde ela estiver)
Porto Alegre, 3 de agosto de 2020.