O dia derradeiro

Quando no dia derradeiro, a vida houver fugido

E deixado o corpo frio e inerte,

Mesmo assim não estaremos livre de todo o mal

E de todas as máculas do corpo.

O mal que se vinha acumulando no fundo de nós

Lança raízes à espantosa profundidade.

Somos, pois, submetidos a castigos e expiamos,

No meio de suplícios, os crimes passados.

Uns, suspensos no ar, inflamam-se ao sopro dos ventos;

Outros, no fundo dos abismos, lavam-se dos crimes

ou se purificam no fogo:

cada um suporta a sua própria dor.

Virgílio
Enviado por Luís Lemos em 03/08/2020
Código do texto: T7024950
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