O dia derradeiro
Quando no dia derradeiro, a vida houver fugido
E deixado o corpo frio e inerte,
Mesmo assim não estaremos livre de todo o mal
E de todas as máculas do corpo.
O mal que se vinha acumulando no fundo de nós
Lança raízes à espantosa profundidade.
Somos, pois, submetidos a castigos e expiamos,
No meio de suplícios, os crimes passados.
Uns, suspensos no ar, inflamam-se ao sopro dos ventos;
Outros, no fundo dos abismos, lavam-se dos crimes
ou se purificam no fogo:
cada um suporta a sua própria dor.