DESENGANO
O cansaço me consome
Pelas noites mal dormidas.
Estou sozinho
Na margem do deserto
Dos meus sentimentos.
Os aventureiros das baladas
Já se foram com o vento
Frio, que sopra do passado!
Meu olhar se perde na distância
De uma estrada que parece não ter fim;
Que me separa do céu
E da terra onde nasci.
Caminho a esmo sem saber
Qual será o meu destino.
Se fui feliz, não sei,
Se um dia amei alguém
Já esqueci, talvez tenha
Sido apenas uma ilusão;
Tão passageira que não deixou
Rastro para não ser lembrada.
Os pingos da chuva
Começam a molhar o meu rosto
Só então percebo que as lágrimas
Escorrem pela minha face,
Então, eu choro, choro;
Porque não consigo recordar
Mais de você, choro por tudo
Que juntos construímos;
Pelos momentos lindos que vivemos
E, que deixamos irem embora.
Choro, porque o meu tempo passou,
Se foi no galope de uma estrela cadente
Que levou no seu brilho
Meu desejo de lhe amar outra vez.