Eu, respiro
Encho meus pulmões
Tomo o ar
Inspiro
Assopro
Me retiro de dentro
Para te preencher
Do meu vazio
Para que dentro de ti
Permaneça guardado
Meu invisível
Nada.
Só posso e oferecer
Esses sopros
Suspiros
Respiros
Vindo do âmago
Do meu corpo
Em pleno funcionamento
A cada respiração
Com minha sinusite
Rinite
Alergias que não me impedem
De captar teu cheiro
O odor que me remonta a momentos distintos
Instintos
Tão primitivos
Do bálsamo que se encontra em ti.
Nessas trocas gasosas
Entre o oxigênio
O carbono
Encostamos nossas narinas
Entre nossos beijos
De esquimó
Do sexo
Colado
Entre nossas falas
Expiradas.
Quando estou contigo
Não há espirro
Desvio de septo
Congestão
Entupimento
O melhor remédio
É compartilhar e sentir
Aromas
Fragâncias
Ao seu lado
No mesmo ambiente
Porque tenho ânsia de exalar
Meu perfume
Amadeirado
Na tua pele
Na tua mente.