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Ser E O Não Ser

Se te procuro, fujo de avistar-te,
e, se te quero, evito mais querer-te;
desejo quase... quase aborrecer-te,
e, se te fujo, estás em toda parte.

Distante, corro logo a procurar-te,
e perco a voz e fico mudo, ao ver-te;
se me lembro de ti, tento esquecer-te,
e, se te esqueço, cuido mais amar-te.

O pensamento assim partido ao meio,
e o coração assim também partido,
chamo-te e fujo, quero-te e receio!

Morto por ti, eu vivo dividido;
entre o meu e o teu ser sinto-me alheio,
e, sem saber de mim, vivo perdido!

(José Bonifácio de Andrada e Silva)



Um magistral poema de amor que revela a dor na carne e no espírito sentida por um amor impossível de ser vivido. (Alvaniza Macedo)


Sobre José bonifácio de Andrada e Silva:

José Bonifácio de Andrada e Silva foi um naturalista, estadista e poeta luso-brasileiro, conhecido pelo epíteto de Patriarca da Independência por seu papel decisivo na Independência do Brasil. Em 11 de janeiro de 2018 foi declarado oficialmente Patrono da Independência do Brasil. (Wikipédia)

Nascimento: 13 de junho de 1763, Santos, São Paulo
Falecimento: 6 de abril de 1838, Niterói, Rio de Janeiro


Link do Poema no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=UUsnnwC1iq8






 
Alvaniza Macedo
Enviado por Alvaniza Macedo em 28/07/2020
Reeditado em 28/07/2020
Código do texto: T7019663
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