Vestindo a poesia

Morreu, feneceu, 
fechou o olhar para a vida;
nada fez, pouco deixou... Saudade.
Nasceu breve, em silêncio ... De repente.
Cresceu como tudo cresce.
Não se projetou, também mal,
não, nunca causou.
Foi coerente,
às vezes, pouco irreverente.
Sem músicas, bandeiras, bandas
foi a saída, quase sem percepção.
A chegada foi notada.
Bandeiras e bandas;
logo silêncio, infinito silêncio
em hora oportuna para reflexões,
auto análise, um toque a mais
para compor o super ego.
Nascemos, fenecemos.
Um momento em cada lugar
criado, dizimado, vivo, existente.
As pessoas ficam, crescem, diminuem.
Mas a vida é uma só.
A felicidade, o fundo, a busca
fica em outras mãos.
Fui, deixei o gosto para quem absorva,
procure na fonte, na campina verde,
no mar azul, na chuva serena;
mas seja alguém, tenha seu nome,
um projeto de valor e metal vivo,
para não cair no buraco sem ter partido.
Minhas bandeiras se rasgaram nas intempéries,
como as vestes mal vestidas
das poesias que tentei rabiscar.
Mas é o que fica de irreverente,
para denotar se fui ou não gente.