Horizonte… Mar celo

O que bem tanto antes dito,
folheado, relido,
não passa de um pedaço esquecido
que a vida cobriu com pó,
de onde o homem veio, para onde irá.
Portanto somos bem iguais.
Hoje sou caso em letras de jornais.
És coluna, literata.
Teu nome é um nome,
enquanto o meu...
Ah, o meu tão singelo,
copiado, repassado,
apenas se diz horizonte, por ser Marcelo.
Somos o que fomos.
Fostes bem dotada.
Tens o brilho nos olhos,
enquanto o olhar tenta
buscar, encontrar algum súdito
para dividir, compartilhar com alguém.
Também não fomos o que somos.
Hoje já não és, não passas de um passado
onde fui teu poeta
pobre, rude, grotesco, repetitivo,
intensivamente puro no limiar das causas;
tudo que já não posso ser hoje,
onde já me misturo ao pó,
ponto de encontro, no encontro
pela igualdade de sermos o que fomos,
um grande amor para eternidade.