A Pistoleira
Monocromático
Apático
Errático
Povo sem cor
Nação sem amor
Olhar cheio de dor
Palavra sem sabor
Carinho sem odor
Sentimento sem rubor
Feições iguais
Não posso pedir mais
Massa disforme
Única voz, nunguém escolhe
Grito, ninguém corre
Hoje chove
Povo move
Porém não um alguém que
Encolhe
Vulto em vinho
Canto de olho, não minto
Chamou me a atenção, feito golpe de cinto
Fantasma tinto
Sem avisar, estava vindo
Tecido vermelho
Não posso crê-lo
Moça sem medo
Rubro cabelo
Cano de pistola, posso vê-lo
Recém usado, fumaceiro
No meio da multidão, vespeiro
Rodopio
Perco o fio
Sangue, encobre meu giro
O vinho encharca meu ver
A cada
Pio
E então todas as faces
Tornaram-se a dela