A Pistoleira

Monocromático

Apático

Errático

Povo sem cor

Nação sem amor

Olhar cheio de dor

Palavra sem sabor

Carinho sem odor

Sentimento sem rubor

Feições iguais

Não posso pedir mais

Massa disforme

Única voz, nunguém escolhe

Grito, ninguém corre

Hoje chove

Povo move

Porém não um alguém que

Encolhe

Vulto em vinho

Canto de olho, não minto

Chamou me a atenção, feito golpe de cinto

Fantasma tinto

Sem avisar, estava vindo

Tecido vermelho

Não posso crê-lo

Moça sem medo

Rubro cabelo

Cano de pistola, posso vê-lo

Recém usado, fumaceiro

No meio da multidão, vespeiro

Rodopio

Perco o fio

Sangue, encobre meu giro

O vinho encharca meu ver

A cada

Pio

E então todas as faces

Tornaram-se a dela

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 27/07/2020
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