Consciência

Vou sair pela vida
em roda, ciranda, andanças.
Quero menina de tranças
com vestes ou bem despida.
Vou deixar de ser gente.
Quero rolar nas orgias, nas festas,
nas tramas, sem perguntas,
sem respostas.
Vou, se vou descobrir,
desabrochar donzelas,
fazer da mulher o jogo perfeito.
E se acaso dentre elas,
por um distúrbio da vida,
houver, apenas houver
uma pequena semelhança
com alguma imagem retratada,
descrita, decantada
em alguma página que fiz...
Por acaso também,
hei de parar, parar de questionar,
saber a razão deste castigo.
Hei de tropeçar em meu orgulho
e cair aos pés dela,
mesmo que desconheça a causa.
Hás, haverás de escutar meu pedido,
a louca súplica sufocada aqui,
neste peito que um dia se rendeu
e se fez em amor.
Perdão, perdão, senhora da minha razão.