CONJUGANDO O AMOR
Vende-se sonhos
Quando não mais se acredita no amor
Essa mercadoria barata
Que muda de dono a cada semana
Oh, juventude insana
Que não sabe o que é a dor!
Proferir o Verbo amar
Conjugá-lo a todo
Tempo
Com qualquer Pessoa
É só mais um
Discurso vazio
De quem não sabe amar
E só vive de momentos.
Imperativo é amar
Sem pedido ou sem ordem
Ou conselhos Subjuntivos
De qualquer Modo
Em qualquer Tempo
Amor é Indicativo de desordem
O amor é em Tempo Presente
O Futuro quem adivinha, afinal?
O Passado é só uma lembrança
Para quem procura a fórmula
De adequar o amor a uma Forma
Nominal ou Impessoal
Amor é Fenômeno raro
Que o conserve quem o tem
Num mundo de relações fugazes
É o Verbo que se faz carne
Que incendeia com as paixões
Pois ninguém é de ninguém!
Cleusa Piovesan
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