O amor do príncipe
E um dia o príncipe da periferia se apaixonou,
Pela princesa mais bela do mundo das regalias,
Mas ele não sabia como andar, o que cantar,
Pra ela que já tinha de tudo, com o que presentear¿
Decidiu então, levar a ela, toda a água do mar,
Navegou por sete mares, todas as águas,
Mas não descobriu como tanta água carregar,
Voltou cheio de vazio, coração apertado,
Nem um pingo d’água conseguiu levar,
Prometeu então a ela, uma estrela do céu,
E o príncipe voou nas asas de um beija-flor,
Alteou rumo ao infinito, mas o céu não alcançou,
Beija-flor chorou, príncipe se decepcionou,
Voltando a sua princesa, seu fracasso levou,
Não desistiu, prometeu a princesa, os ventos do mundo,
Passou o pobre príncipe, pelos cantos do mundo,
Implorou ao vento ajuda, sofrimento profundo!
Sem botas por causa da andança, sem esperança,
Pobre príncipe de mãos vazias outra vez retornou,
Mas antes de prometer outro sonho, a princesa falou,
Tolo, andastes tantas léguas pra me presentear,
Mas o tesouro mais belo que vi já viestes me dar,
Toda a sinceridade de seu sentimento, seu amar,
Fez a ti mil léguas caminhar, se medo no olhar,
E continuou com suas palavras, que fizeram o príncipe chorar,
Não quero toda água do mundo, tenho as de seu olhar,
Nem o brilho das estrelas, enquanto ao meu lado tu ficar,
Tão pouco o vento que para quatro cantos me leve,
Pois já tenho suas mãos que não se cansam pra me amparar.