ROSA-FLOR HUMANA

ROSA-FLOR HUMANA

Tua boca entreaberta

se parece

com uma rosa.

E antes que te beije

os lábios rubros,

contemplo a borboleta

banhando-se justo

sobre pétalas de rosa,

apressando

o orvalho delas fluir,

caindo em borrifos

no chão úmido da manhã.

Olho-te

e te admiro o sorriso:

em teu rosto

alegre,

em tua boca carnuda,

em teu cheiro

de rosa,

em tua pele rosada.

Não és, deveras,

uma rosa-flor,

mas olhando-te,

tua beleza semelha

a uma rosa; assim, és

para mim,

uma rosa-flor humana.

Por se parecer

com uma rosa,

prefiro agora cheirar-te

do que beijar-te

os lábios entreabertos;

me sussurrando

tua doce voz, que emerge

de teu íntimo

amoroso, ofertando-me

o convite

para que beije-te,

já sentindo de antemão,

o mesmo anseio

de meus beijos anteriores.

Sabes o quão

me apraz beijar-te;

máxime,

porque quando beijo-te,

saboreio teu hálito

de rosa-flor;

mas peço-lhe:

deixa-me, por enquanto,

também cheirar-te a pele,

como se ela

tivesse adornada

de pétalas de rosa.

Sei que continuas

insinuando-se com teu

jeito faceiro;

queres que te dê atenção

restrita em olhar-te;

porém, no presente

instante, estamos perto

de um roseiral;

deixa-me então,

olhar para a beleza vegetal

que as rosas nos ostentam.

Trago nos olhos, nas mãos,

na alma,

as boas energias

que delas emanam;

e as semeio em teu

coração, em tua alma;

logo sentes

como rosa-flor humana,

as suaves

emoções que te envolvem

os bons

sentimentos;

agora sim, somos gratos

às rosas que nos olham;

por fim, olhamo-nos,

e nos beijamos

como almas enamoradas.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 22/07/2020
Código do texto: T7013506
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