Derradeira viagem

Que tu me fazes, impiedosa morte,

Estiveste no meu caminho e não tive sorte!

Já vestida com a mortalha, ao fim do dia,

Esperava que tu, dama de negro, viesses por fim na minha agonia!

Por mim passaste tão perto, rude e forte!

Mas tu seguiste o teu caminho, deixando-me descrente,

Querendo que eu voltasse a ter fé na vida,

Tu não sabes o joguete que fui na mão de toda essa gente!

Histórias feitas de lágrimas amargas,

Que de sangue banha a ferida,

Quando pensa em rastejar,

Pedindo alento para a vida!

Ah! Minha alma presa deseja voar,

Conhecer os segredos do segredo.

Não quero mais sonhar,

De voar para derradeira viagem já não tenho medo!