ATRÁS DAS MENTIRAS
Prefiro engolir este dizer:
“talvez as gramáticas sejam mais complexas”
a vir e contradizer
qu’és fácil de se esquecer;
Prefiro amar-te morfologicamente:
as nossas paixões formam a segunda pessoa gramatical
a ter de rever o teu corpo literalmente.
Porque, dentro de ti não depreendo nenhuma estilística
e talvez eu erre por não me formar em Contabilidade
contudo e porém, por tua beleza sou aquele contabilista
que fora atraído pela tua linguística;
Prefiro partir vazio
a levar a tua ausência
e quando me vires por aí não digas nada
estarei a recompor a nossa essência;
Prefiro guardar-me dentro dos abutres;
prefiro mesmo de lá nunca sair
a estar exposto à solidão de inúteis
prontos para na perdição cair;
Prefiro a conjunção copulativa que nos liga o ser
prefiro também contigo renascer
a ser semanticamente estudados
em conceitos mal equalizados
por doutores mal doutorados;
Prefiro vivermos só na agramaticalidade
onde viveremos por liberdade de se amar
a seguir às normas imutáveis
como se estivéssemos a filosofar;
Prefiro ainda conviver distante das verdades
a passear perto das mentiras
e a prometer amores infinitos.
Pois, prefiro já me confessar diante só de nós
Estou pouco a pouco TE AMANDO...
E, atrás de tudo o que não somos,
sim, vejo o verdadeiro amor, e não pela disjuntiva:
OU TE GANHO
OU TE PERCO...
Não te quero pela alternativa!
Prefiro engolir este dizer:
“talvez as gramáticas sejam mais complexas”
a vir e contradizer
qu’és fácil de se esquecer.
Poeta Ximbulikha