ATRÁS DAS MENTIRAS

Prefiro engolir este dizer:

“talvez as gramáticas sejam mais complexas”

a vir e contradizer

qu’és fácil de se esquecer;

Prefiro amar-te morfologicamente:

as nossas paixões formam a segunda pessoa gramatical

a ter de rever o teu corpo literalmente.

Porque, dentro de ti não depreendo nenhuma estilística

e talvez eu erre por não me formar em Contabilidade

contudo e porém, por tua beleza sou aquele contabilista

que fora atraído pela tua linguística;

Prefiro partir vazio

a levar a tua ausência

e quando me vires por aí não digas nada

estarei a recompor a nossa essência;

Prefiro guardar-me dentro dos abutres;

prefiro mesmo de lá nunca sair

a estar exposto à solidão de inúteis

prontos para na perdição cair;

Prefiro a conjunção copulativa que nos liga o ser

prefiro também contigo renascer

a ser semanticamente estudados

em conceitos mal equalizados

por doutores mal doutorados;

Prefiro vivermos só na agramaticalidade

onde viveremos por liberdade de se amar

a seguir às normas imutáveis

como se estivéssemos a filosofar;

Prefiro ainda conviver distante das verdades

a passear perto das mentiras

e a prometer amores infinitos.

Pois, prefiro já me confessar diante só de nós

Estou pouco a pouco TE AMANDO...

E, atrás de tudo o que não somos,

sim, vejo o verdadeiro amor, e não pela disjuntiva:

OU TE GANHO

OU TE PERCO...

Não te quero pela alternativa!

Prefiro engolir este dizer:

“talvez as gramáticas sejam mais complexas”

a vir e contradizer

qu’és fácil de se esquecer.

Poeta Ximbulikha

Salvador de Jesus Ximbulikha
Enviado por Salvador de Jesus Ximbulikha em 22/07/2020
Reeditado em 22/07/2020
Código do texto: T7013067
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