Definição

Vou esperar seu nome escrito no céu,
sob chuva, quente de sol,
doce de amor, de guarda eterna.
Calado, colado na nuvem,
na neblina,
na ciranda em roda de menina,
no laço do cabelo, na rósea face,
na boca carnuda do beijo roubado.
Voar, ver seu nome pelo azul,
no reflexo que o olhar deixa,
que escapa na surdina
morrendo em minha retina.
Quero ter seu nome no espaço,
batendo na relva,
ficando no grito,
deixando o silêncio falar,
meditando no colapso da pausa,
na parada que repete,
no colorido luminoso
enquanto a boca calada pelo canto,
tenta moldar um só riso,
direto, feito, colocado em mina boca
que mais anseia, quer e deseja
calar a notícia, o tempo que voa.
Quero esperar seu nome, um fiapo de vulto
passando de leve
neste tempo sempre breve,
que faz, modula um jeito
de tudo, um pouco feito
em nome da serena razão
de querer que o mito abra as portas,
saia do mundo real para enfeitar o sonho,
o devaneio infantil,
no realismo de ter o peito
queimando de amor,
por saudade definida,
chamada fuga.