MINHA GUIA
A morte é um mar imenso,
Foz do rio da vida;
Rio de águas revoltas,
Mar de águas escondidas.
O que dizer da morte,
O que dizer do rio;
Rio da minha sorte
De navegar contigo.
Juntos no mesmo bote,
Juntos no mesmo remo,
Olho pra ti e tremo
De afeto e por temor,
Pois tu és meu archote
Que queima a luz em fogo,
Que faz da vida um jogo,
Que guia-me no rio.