ROSAS
ROSAS
Tem sido a vida, para mim, vereda
De lindas rosas guarnecida;
Não raro, alguns espinhos me feriram
--mas, de outras vezes, nesta mesma vida,
Rosas havia que não pude ver
Devido às lágrimas de um pranto;
--depois, porém, de olhos enxutos,
que surpresa feliz, que pasmo e encanto,
ao ver que as rosas ainda floresciam
como as guardara de memória:
em seu tumulto de mil cores,
dividindo comigo a sua glória!
Rosas amarelas, penso em ti, meu filho,
de suave tom de ouro.
As afeições que eu tive numerosas;
Quando de ti as recebi, pelo meu aniversário.
Pelos anos passados que são muitos,
Suas pétalas por mim guardadas,
Estão enegrecidas, secas, retorcidas,
na mesma embalagem em que as recebi.
Mas no meu coração continuam sempre iguais,
Frescas de aroma e colorido,
as rosas que eu mais quis, as que amei mais.
E possam elas florescer até o último instante meu.
Se assim não ocorrer, ai! –mas, ao menos,
As tive; e amei muito, muito, até o fim.
Sem de ti me esquecer, mesmo sabendo,
Que de mim te esqueceste...
Amor que não se apaga,
E nunca desfalece, porque temos laços eternos.
MDLUZ