AGORA JÁ ERA!

Estava aqui comigo a imaginar

Bem tranqüilo e sem sentir dor

Mas ai me veio à besteira de cutucar,

Vacilante, com vara curta o amor.

Eu tinha a opção de continuar frio e insensível.

O que é plausível e sensato hoje em dia, mas não!

Fui me envolvendo um tantinho a cada dia.

E quanto mais eu percorria à via trágica do amor

Menos entendia aquela constante dor

E quanto mais eu me envolvia, mais eu me perdia.

E perdidamente, aos poucos, me via

Afogado na doentia estrada, e ninguém me socorria.

Besteira a minha, enveredar por esta rota!

Eu poderia permanecer imerso na ignorância, ante-sofredor.

Poderia potencializar o bem querer só na minha pessoa

Viveria numa boa! E já estava bom de mais!

Eu seria um bom narcisista, podes crer!

Gostar de alguém, tipo mãe já seria o bastante

O limite, o âmago, o ápice. Mas não!

A gente bem que podia continuar feita uma criança.

Alegre e inocente e com tristeza ausente

Crendo que o mundo e as pessoas são boas

Vivendo em meio a ininterruptas brincadeiras e a toa

E permanecer puro e inteiro. Mas não!

Eu tinha que me meter á besta!

Eu tinha que me envolver com os versos daquela canção,

Eu tinha que ler livros como o de Julieta e Romeu,

Eu tinha que contemplar aquele pôr do sol de verão,

Eu tinha que cruzar meus olhos nos teus.

Olha no que deu! Apaixonei-me!

Eu bem que me avisei!

Agora já era!