Trem da saudade

Eram 16h00 e eles caminhavam em passos lentos pela plataforma da estação, cabeças baixas, mãos fortemente entrelaçadas, aperto no coração. Não havia e nem haveria pressa. A saudade antecipada os consumia.

Seus olhos embebidos de lágrimas retratavam os sofrimentos provenientes da partida que se aproximara.

Então, restando-lhes apenas poucos minutos, abraçaram-se e assim permaneceram… quietos.

Agora somente suspiros e soluços eram percebidos.

Mas logo aquele momento onde não foi preciso palavras, chega ao fim. É hora de partir.

E naquela estação, encoberta pela névoa, trocaram seu último beijo, deram seu último abraço, uma única palavra: adeus!

Aquele conjunto de vagões ligados, puxados por uma locomotiva, separava dois corpos, mas unia para sempre, dois corações.

Ela partiu. Ele ficou.

Choro…

Lágrimas...

Aquele trem seria agora para cada um deles, o seu "trem da saudade".