O ébrio boêmio e a bela flor

Quando a noite se apodera do dia

Os pássaros se recolhem não sem antes cantarolar

As cantigas que se entoam suaves e nostálgicas chamam a atenção da bela flor

A donzela, cujo sorriso se assemelha a doce lua do esplendor,

Vai se desabrochando preguiçosamente e exalando seu inebriante perfume

Impregnando todo ambiente à espera do boêmio que, tão logo aparece.

Ansiosa, imponente e poderosa, a bela flor se abre de felicidade para encantar

E o seu brilho se mistura com o reflexo das estrelas brilhantes a bailar

O ébrio, agora sóbrio e boêmio sonhador, se fadiga do doce mel da planta

E viaja nas lembranças do amanhecer rústico da terra da garoa

Uma lágrima é o suficiente para banhar e inundar de saudade, o tempo voa!

O tempo passa! A dor e o vazio são sentidos nas tristonhas vozes coralistas da seresta.

Tão logo a bela flor repouse, descanse sua beleza, o boêmio curtirá a solidão

E seguirá seu destino, perambulando, quase que sempre perdido, sem direção

O ébrio boêmio se despede da amante, a flor com brilho de esmeraldas

Olhos de diamantes adentram o silêncio e vão sumindo no infinito de caldas

E a noite, já é madrugada, e o luar aquecem o orvalho que sacia a bela flor

Alimentando sonhos e desejos que outrora permaneceram intactos e no odor.

O boêmio segue seu destino, enquanto o amanhecer retarda o despertar da alvorada

A magia da noite ainda perdura e murmura nos ouvidos do boêmio que finge nada entender

A alma do boêmio se aquieta e se alerta com o som dos pássaros que antes adormeciam

E a bela flor vai se abrindo lentamente como se sorrisse e esbanjasse felicidade

O boêmio viajante vai dando boas-vindas ao raiar de um novo dia

O ébrio boêmio volta aos braços da bela flor que o espera encantada.

Em homenagem aos padrinhos Tereza Maria de Jesus e Antonio Carlos dos Reis com estima e gratidão