EXISTÊNCIA
Quando a vida se nos rompe
E nos rasga em pedaços...
Quando sonhos que idealizamos
Se transformam em pesadelos...
Quando as palavras de amor
Se tornam gritos exangues...
Quando as promessas de felicidade
Se desmoronam em falsidade...
Quando tudo ao redor são ruínas
E te transforma em deserto árido... seco...
Sem oásis nem esperança de mudança...
Não pares em desespero e faz como o vento
Que leva as nuvens para lá dos sonhos perdidos...
Afasta o vendaval que há dentro de ti
E continua sonhando no silêncio acolhedor
Que envolve a ilusão de todas as demoras...
Mesmo que os espinhos te dilacerem a carne
E as pedras te dificultem o caminhar...
Há que recordar as palavras que ficaram por dizer
E que gravámos no silêncio dum olhar...
Na inquietação das lembranças que nos seguem
Como sombras incertas nas madrugadas sem sol...
Há que deixar que a alma se vista de esperança
Mesmo que ténue... mas acolhedora...
Há que persistir em novos sonhos...
Procurando um lugar luminoso no imo das sombras...
Um lugar que nos faça reviver as manhãs de sol
Onde o amor habite...
A alegria se faça presente...
E onde fiquemos flutuando
Entre o tempo e o espaço
Da nossa curta... mas inigualável existência!...
By@
Anna D’Castro