AH! DEUS
Ah! Deus
Como eu gostaria de ter sido
A inspiração entre seus profundos suspiros
Dos teus primeiros versos de amor
Sinto-me pesaroso
De não ter o meu nome contido
Entre flechas de Cupido
Naquele seu diário tão íntimo
Universo secreto dos teus melhores devaneios
Me foi roubada pela fortuna
A prima dança de rostos colados
Onde corações apaixonados
Marcam o compasso
Poderia fazer parte de minha estória
Aquele convite ao cinema do bairro
E diante daquela enorme tela esquecida
Aconteceria a cena de nosso primeiro beijo
Em ritual de passagem
Alcançaríamos a tal maturidade
Deixando para trás a nossa inocência
E diante do altar sagrado trocaríamos alianças
Sorrisos, música, champagne e dança
Marcaram a nossa festa
Que o destino não escreveu
Ah! Deus
Como lamento...