Poema para ela
As vezes eu fecho os meus olhos
E me vem na memória
A imagem da mulher de vestido com flores laranjas descendo as escadas da estação
Eu lembro do percurso tímido até a casa dela
E dos poucos minutos depois
Ela, a pia, a faca, os tomates...
E nossas línguas se cruzando dentro da boca pela primeira vez
Do nada não tinha mais vestido flórido e nem amarelo
Tinham tomates esquecidos na pia
E ela e eu nos alimentando de formas outras
Naquela tarde compartilhamos partes nossas
Ela me acariciou as costas e eu amoleci
A tarde virou noite
O almoço virou jantar
E eu nem sei o que eu tinha virado
Só sei que depois dali
Nada mais foi mesmo.
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